Baptisma Pyros
Sunday, August 11, 2024
É em lamento
Saturday, June 8, 2024
Noite Eterna
Friday, April 19, 2024
Querendo voltar para onde mais não tem lugar
Cobradora de impostos.
Proibir de voltar
Querendo voltar
Saturday, February 17, 2024
Pulsão de Morte
Thursday, January 4, 2024
33:33
Wednesday, August 30, 2023
Plausible Deniability
Sits in the living room
Fiery feelings
Molten emotions
Eating away
Everything
Sunday, July 23, 2023
Terrores Noturnos
Friday, December 23, 2022
Só Dentes e Furor
Friday, June 10, 2022
Ângulo Morto
Sucumbido ao sono eterno
Sunday, April 17, 2022
O Que Vive Lá no Sótão?
Porque me olhas assim?
Com artificio e morte
Alguém decidiu
Conceber-te a ilusão
De que isso que vês
Rasteja diante de ti
No chão em que pisas
Não te disseram
Os monstros na lua
Não vivem lá não
São tarântulas
Habitam em teu escalpe
Pingam pancadas frenéticas no sotão
Onde nunca lá ninguém entrou
Encontram escape
Na madeira porosa
Saem-te pelos olhos
Invadem-te os quartos
E a sala de estar
Sem portas
Nem janelas
Nem algo que segure
De onde elas saíram
Saem para o mundo
Mas mais ninguém as vê
Contorces-te aterrorizada
Consumida por horrores
Juras que é verdade
Mas é a ti
Que profetizam
De louca
De repente
Confinada em paredes
Que se encurtam
Para cada vez mais perto
Avançam para te comer
Essa aranha gigante
Prende-te os braços
Esmaga-te o peito
Roubou-te os olhos
Olha-te escancarada
Com uma ânsia de te devorar
Preencher o vácuo mortífero
Que vomitas em sala vazia
Cheia apenas de ti
Uma cama com amarras
E tudo que não coube na noite
Em onírica desrealização
Saturday, April 9, 2022
A Invenção do Mundo
Por incontável tempo caindo
Num infinito imensurável se si
Talhar terra e mares
Saturday, April 2, 2022
Todos os Não-Ditos e Interditos
E a terra solta à flor da pele replicava
Tremores vulcânicos iminentes a se soltar
Num choque elétrico que inundava
Thursday, March 31, 2022
Lune Noir
Estranha hora
Na cegueira da noite
Para colher
Negras orquídeas
Em paisagens atentas
Banhadas pela luz
Da velha lua nova pairando
Em agoiro do retorno do recalcado
Ao cimo
Velada
Ínvia
Lívida
Infinita
Indefinida
Espia os homens
Loucos como as marés
Servem-se de isco ao desejo
Ingénuos, enlaçam-se ao engano
Avezados a vaidades e veleidades
Desdenham o inebriante enleio
Que puxa seu coração
Para o fascínio de estrelas distantes
Enamorados por seu brilho
Sem suporte de vida
Thursday, March 17, 2022
Sono, Sonho, Sóbrio em Sentimento
Como se nada disso importasse
Quem o visse ali, ninguém diria
Sangra por todos os poros
Algo em nós, que nenhum quer que seja seu
Fica no meio algo por dizer, algo por perceber
Sem declarações de guerra, nem oferendas de paz
Sem olhar para trás, nem virar as costas
Ele vai
Tresmalhado
Erra pelo corpo, nó na garganta, tremores, arritmias
Noutro corpo, noutra forma
Wednesday, March 16, 2022
Grandes Sinais no Céu
Sunday, March 13, 2022
Além do Homem
Um habitat alóctone
Para um mastodonte
A carne sufocada por densos músculos
Grita um vermelho pulsante
Enquanto esse hóspede o contém
Onde Algo Possa Surgir
Saturday, March 12, 2022
Estados Confusionais da Mente
Depois desse tempo
Em que me dividi
Duas vontades
Dois opostos
Sequestros de si
Desejos multiplicados
Por cada interdito
Mais um capricho
Que não impedi
Era claro para mim
Essa rede de interlocutores
Encontrados a cada nó dado
Para não perder o norte
Até um ideal de mim
Foi deliberada tentativa
De construir arcabouço
Para aguentar impacto
De ser só metade do que quis
Cada Palavra, Cada Engano
Prostrado sobre o horizonte
Diluem-se por todo o corpo
Pensamentos parciais
Tomam forma mais sólida
Erguem-se morosos
Ganham consciência de si
Num eco ensurdecedor
Ornamentos por cada pesar
Emaranham-se a medos ampliados
Fazem-se gigantes na fusão
Entre omnipotência e queda livre.
Embalo-me em paisagens oníricas
Pela primeira vez tocadas
Revisitadas em sonhos esquecidos
Não fora sentir que já lá estive
Não fora sentir domínio
Desses pastos de torrentes de lava
Já não me enlouquecem assim.
Deixo-me seduzir
Por cada mentira
Solta por incrédulos lábios
Lambidos por chamas
Deste inferno sem ti
Friday, March 4, 2022
Einsamkeit
Silêncio de azul pálido
Despe-se no quarto
Com esguia mordida
De sabor metálico na língua
Sou transportado para memória onírica
Onde nunca estive, mas sempre senti
Labiríntica floresta, em noite de lua subreptícia
Desvalido numa brancura álgida
A ceifa de ventos glaciares saqueia
Qualquer centelha de febre que nega a falta
Num arquipélago cada vez mais insular
De ligações iónicas que perdem a referência de si
O corpo, ponte do dentro e fora
Perde toda a diplomacia para uma cortina de ferro
Negando a derradeira perda do que pode ser perda de si
Thursday, March 3, 2022
Ouroboros
Tuesday, February 22, 2022
Compulsão à Repetição
Tuesday, February 15, 2022
Quarto Escuro
Há um lugar dentro de mim
Descer as escadas, ao fundo do corredor
À direita, continuar até se perder de vista
Encontra-se uma fechadura, só eu tenho a chave
Lá dentro, está um quarto escuro
Assombrado por todos os medos, todas as dores
Das mais brandas, até às que todos sentem antes de morrer
Tenho de lá entrar
Mas tenho medo
Tenho medo do pavor que possa lá encontrar
Aquelas dores fantasmas
De todos os membros arrancados
Quero trazer alguém comigo
Para não ter tanto medo da solidão
Perder-me nos labirintos da escuridão
Sequestrado por sombras indiferenciadas
Esquecer-me
De ti
De mim
De que existe um mim sem ti
De que existe um eu dentro de ti
Esquecer-me de um eu, para mim
Mas já não estás aqui
Nem lá fora
À espera de mim
Podias entrar comigo
Não... não precisas de entrar...
Já entraste antes de mim
És tu a razão
Por estar hesitante
Não querer entrar
Não querer encontrar
A ausência espectral
De teu corpo arrancado de mim
Saturday, January 22, 2022
Azáfama da Citadela Interior
Não há momento em que a minha mente se cale
Uma cacofonia de vozes, de vontades
Acotovelando-se para serem ouvidas
Intempérie de sentimental sentença
Não há clemência, uma debandada de veleidades
Devaneios, nuvens de pensamento
Não se sustentam, pesadas, caem
É um estrondo, medonho
Aproxima-se finalmente
O céu, tira-se o véu
Embate, todo o cosmos, na porra da Terra
Nunca vistos antes, nefilins, indígenas da mente
Pouco sapientes, agora que os invocámos
É uma desgraça... tropeçam na estratosfera
Não sabem andar por aí, parecem saídos de Babel
Piores estamos nós, depois de milénios de guerras santas
É um espetáculo vergonhoso
Seria heresia, se aqui não estivessem descobertos
Expostos a descendentes de carbono
Tanta coisa e são como nós
Desajeitados, apavorados, neuróticos... se tiverem sorte
Com esse aparato todo
Já me esqueci o que tanto me atropelava
Acabou-se a insónia, voltar a dormir.... para quê?
Estou tão bem assim acordado
A noite lá fora é cúmplice do silêncio
Ouvido pelos que permanecem em vigília
De luzes apagadas, fingindo estar a dormir
Sinto o contraste do aqui e do lá fora
Incógnito, espreito como que numa cilada
A azáfama da citadela interior
Só acessível pela noite quieta, que se demora deliciosamente
Deixando escorrer, de uma nascente de memórias ligadas a afecto
Revisitando o outrora que sustenta o vigente
É o badalar, abafado pela distância
Que desperta uma reminiscência ao de leve apagada
De uma disposição horizontal
Um pouco acima do solo
Enredado por oblíquos lençóis
Espera, estava a dormir?
Friday, January 7, 2022
Jogo de Luzes
Percebo-o na sua incoerência
Uma tempestade de experiências
Que não se contêm na palavra
Sentem-se no alvoroço da hora tardia
Em que me vejo tão pequeno,
Perante essa torre alta que sai de mim
Monday, January 4, 2021
Um Simulacro de um Outro
Equidistantes, deliberadas, intimas
Um simulacro de um outro, um oráculo num olhar
E de alma, se somente alguém aqui pudesse fingir ter
Em êxtase, exasperado, para que secos lábios se abrissem
Esculpidos, em transe demoníaco com certeza
Mentem em silêncio, serenos, imperturbáveis perante meu pranto
Jamais dirão que não beijam, nem mordem, nem vivem
Cravo-lhe na testa algo profano
Ordeno-lhe que viva
De que somos ambos réplicas
Répteis, réstias de medos arcaicos
Enredado na mão do Diabo
Escravo de heresias herdadas
Austero, inabalável, incessante
Jaz de pé, constante, seguro em sua convicção
E eu, preso em seu olhar, enfeitiçado
Existo, eterno, diluído num vigilante de granito
Não me obedece
Friday, August 30, 2019
Forbidden Knowledge
Encumbered in piles of books and pillars of shadows
Nor linger my thoughts over them
As there are things that do not live
I didn't wish to wake
Heeding not my own apprehension
More desirable would I be
Staring at the abyss with full intent
Than facing those inconceivable symbols
Inconspicuously summoning archaic fears
Or rather aid the escape of some entity too eager to slip through
Not that the most impenetrable walls would halt their advance
Not a moment too soon
The implicit invitation did lure some unexpected guest
A figure steps in, made of silence, not even a murmur
But I could feel it's shadow and spite
As a vertigo shooks my entire anatomy
I begin to turn around to face such dreadful being
Though my eyes were useless to comprehend
The eerie, vast silhouette that it chose to reveal
Other than it's actual formidable architecture
And even if no words have been pronounced by this apparition
It was clear to me that it did not find me worthy to address it
Less even, to clarify my nauseating perplexity
But in a flash of horrific disclosure
It's ulterior motives became very clear
Unspoken revelations that did not come to pass
For my heart ghastly with heresy
Liberated me from such unearthly fate
Friday, October 13, 2017
Proíba-se a Escrita
Abulam a escrita e a poesia se extinga!
Execráveis artes negras
Dádivas de loucos enfermos
Miseráveis masoquistas
Da dor não renunciaram
Ébrios daquele veneno
Escorre na garganta adaga amarga
Em êxtase, devagar se vão
Cambaleiam em cegos passos
E diluem-se no chão, que nada sente, indiferente
É do figado que jorra a tinta negra
Nessa poça molham a pena
E encharcados de centrípeta perda
Deliram últimas palavras no frio mármore
Agora salpicado por contrastes de trevas marinhas
Somente fornicadores e mercadores da morte
Tuesday, July 18, 2017
Voyage to World's End
Reckless and unbridled were the ghosts
So strong in bold stupidity
I mingled in waters too deep for my feet to grasp
Well aware of the frailty of my lungs
And the omniscious darkness from below
Eager to claim such tenacious volition
Willingly to become an unasked guest
In inhospitable latitudes
Willing to offer my mortal soul to the nymphs of the sea?
Aye! Wouldn't dare in vain attempt to circumnavigate the truth
But in the same awe I solemnly vow
T'was not my design to let
By the wrecks of my ship
Now lying in my name at the depths unknown
Driven by blind conviction
I was oblivious to the drunkenness of my ship
Creaking and hissing as the waves furiously waged against the hull
I did defied the old ones by having set course to such impious place
But so did the deities of the sky had a quarrel with me
For my impetuous disregard of my soul
They did admonish from above with burning light
Tearing apart the remnants of my drowning salvation
I had to watch chaos to walk freely on my ship
As it was split apart, eaten away by resolute forces
For fear to strike on my heart
Every ounce of bone implode my ribcage to obliteration
But 'twas my well lit eyes, opaque in disbelief
Which translated best the horrific realizations biting my neck
The large thick sails were now a nuisance on fire
Prospects of being burned alive on open sea became very real
For good or bad fortune
I was clumsily thrown aside by angry winds to nearby shore
The same cursed island that lured me in
Forsaken by the gods, little hope was there for me to be found by lesser mortals
Yet at long last, I could search for what I was willing to bargain my sanity away
Thursday, August 4, 2016
Vicarious Nature
Got rid of any counterfeit defenses
Yet my bare figure was still too heavy
So I did undress layers of acquaintance selfs
While absent from my own quantical sight
Silently I was unpeeling belts of fortifications
As I was next to myself, distracted by dormancy
But I did glare once at the convex glass
A thousand eyes unfold in the mirror ahead
Shrunken unblinking pupils signal my undoing
And I, desperate to reach deeper tiers of conscience
Begin to throw chunks of blood-soaked meat at the floor
Digging faster my chest, soon stripped from live tissue
Finally I rip out the long tusks and access the core
A sobbing choked-up sentimental muscle
Shakes and seizures, stark-naked
Ravaged by my own voyerism
Saturday, June 11, 2016
Shall we sit down for Dinner?
Some higher chair on the food chain
Charming and unequivocally compelling
As any contract presented by the Devil himself
A table full of many flavors of wrongs and vain promises
Anyone else, less acquainted to sinful enterprises
Would promptly flee those long halls back to holier ground
But I had experienced before the dooming taste from those bowls
Open and wide, emanating scarlet desires
Which my tongue had already known by heart
Oh!... And if it wasn't for...
My twisted masochism and deep-seated guilt
I would... most certainly do otherwise
Undoubtedly I would choose to damn my soul any other way
But as I once had a seat on that table before
There was no point to pray for me anymore
A table full of all the poisons I could choose
I satiated my thirst from every damned bittersweet liquor there were
Even if I would die as many times as the many flavors of poisons I did enjoy
Sunday, March 20, 2016
Missing In Action
Taught in the black arts of lunacy
Her face is old and wrinkled
Double agent working for the enemy
Deus ex Machina
A more convenient persona to fill in the gaps
Left by everything she chose to renounce
Saint soul no more, would she notice her sanity gone?
Because of the demons she now harbours
There is no need for such hubris
Toxic fumes imbued by voices of grand fates and fatalities
The greatest Spy who has ever been
Erased her mind clean, identity is gone
Whatever link to her conscience abolished
Missing In Action for all means and purposes
All they had on her was vital signs, conscious no more
Acidic insanity dissolved all signs of what she used to be
The greatest Illusionist who has ever been
Saturday, January 9, 2016
A Remedy for our Sins
Hoping to find a remedy for our peccability
One that would satiate our covetousness nature
I stumbled upon statues of might-have-beens
For far too long, longing for to be unearthed
What did I find
Not anonymous providence
Neither deity nor ipseity did I unmask
Only scorpions under the debries
And skeletons of my beliefs
Having left no stone unturned
Little it did to appease my zeal
And did I linger on my fool's errand
Until the grains of sand
Were taxing on my youth
And what did I find
False, fallen, unsympathetic Idols
Worthless golden statues
Man-made replicas of long gone gods
Where did they go
Were men so repulsive
To be left here to die
As the last specks of sanctity
Become even more hard to find
Will they return when there's no more left
Bring another Deluge to wash away our sins
Bring another set of clay figurines
Re-populate with same frail tendencies
Friday, January 8, 2016
Demagogias da Mente
O segredo guardado por tanto tempo
Que tens de ouvir da tua voz
Para acreditares na verdade
Dele te assombrar
Nos sonhos esquecidos
Antes de acordares
Daquelas tenebrosas noites
Envoltas por quimeras
Que teu frágil ego
Te nega conhecer
Apenas para manter afastadas
Verdades mais intoleráveis
Do que esse segredo
Que finges não saber
Relâmpagos te cegam
Para que não vejas
De forma que não ouças
Pelas cortinas carmesim
Essas escondem, essas mentem
Sanidade despejada, lucidez desalojada
Thursday, December 10, 2015
Todos os Neuróticos vão para o Inferno
Os outros vão chegando
Chegam por outras razões que não eu
(Pobre Ego, desprezado dessa maneira....
Ide para dentro, não ficais à porta.
Castigos te esperam, daquele moralista dos diabos)
Mas lá têm eles de me ouvir
Não me calam assim:
Blasfémias, sarcasmo e riso profano
Os Loucos, ilibados por sua insana vontade
Para o céu vão. Deixem-nos passar, coitados
Não tem juízo, nem intelecto
Nem artimanhas sequer, sem lucidez para tramar alguém
Não comeram da maçã, ficaram na ignorância
Despidos da consciência que o pecado os roeu
E os Limítrofes, no limite ficam
Esses não sabem o que querem também
Só querem ir para algures, não ali
A senda da luz, ou até Mercúrio pode ser
Só querem sair dali e pertencer a algum sitio
Mas no Limbo é bom também
Sem estímulos sensoriais, nem montanhas-russas
Eles não gostam de montanhas-russas
Indivíduos estranhos esses
Amnésicos de identidade
Tuesday, September 1, 2015
Deixem-me dormir em paz
Morde-me tal aborrecimento
Se for possível tomar própria vida por tal inconveniente
Garanto que me será fatal
E zumbidos de conversa absurda
Vindas de imediações
Enxame de moscas
Sujas de merda intelectual
Ai! Que desabe o tecto daquelas bocas
Deixem-me apreciar a minha tortura em sossego
Se é para me entornar aqui, que seja mais solene
E se oxigenio não alimenta esse acéfalo vosso
Desistam desse incessante exercício aeróbico
Vão para o mar, respirem água salgada
Dizem que cura muitos males
Bebam! Bebam à vontade!
Não parem até que o mar se acalme
Friday, August 21, 2015
Beware of your Demons
Careful with the demons you speak of
Swarming in the aquarium of your mind
Do not let them loose in your tongue
Easily they climb the cords
And empower your words
Liquid fire, shapeless fury
You may vomit them out
In the skin they will merge
Then the mark of cain will be your cross
Fused in your limbs, they root inside
Dressing in meat
Skeletons hidden in the closet
Corporeally convincing now
Venture outside to flood all the secrets
You forced upon them
Saturday, July 4, 2015
Na mesma balança, se pesa o Ouro e a Alma
Arranham as entranhas da Terra
Em busca daquele metal reluzente
O qual mentes enlouqueciam
Mas desse mal, estavam eles salvos
É o pão bolorento que sustenta a mulher e os filhos
Eles como Homens que são, podiam definhar
Comem da terra que daqui a nada, os vai devorar
Corajosos seriam, se tivessem outra escolha
Descem por grutas e gargantas até profundas trevas
Não façam muito barulho, ainda acordam quem não dorme e lá em baixo domina
Mas não se incomodem, já está de pé e bateu com ele
Adormecida fúria se alevanta, tecto desaba e homens pequenos se tornam
Sem deliberada vontade, escondem-se agora atrás de destinos selados
"Socorro!". Escapam um grito que atravessava rochas de tamanha convicção
Mais não podiam fazer, tomara largarem seus breves corpos
E fugirem dali com almas pavorosas
Mas alma livre, não anda por aí, não
É negócio entre anjos e demónios
Sem demora, o outro pé ele bate
E ali, todo o mundo estremece uma derradeira vez
Não importunem os que ainda vivem se faz favor
Escolham as terras do norte... ou aquele mundo mais ímpio
Mas calma... O Diabo já o olho vos deitou
Nele pensaram subornar para maldita vida não largar
Monday, May 18, 2015
Beautiful Melancholy
Something from the beautiful melancholy
Sorrow falls in petals softly in the quietly depths
Unfathomable bottom where no soul has set foot in
Ineffable sighs heap on top of each other
And the weight is gentle no more
As more wet feathers drop in the pile
Until we found ourselves rowing in an endless sea
No shore on sight from days lost in tides of dead leaves
On night ravaging the feeble wooden boat
Throwing out the frail of us to layers of forsaken voices
Forlorn gods in our thick nightmares
As the pressure rises crystals forge from fires of rage
Erupting from the deepest abyss to the highest heavens
To flood over mournful eyes and fragile skin
Those waters so limpid and lucid
Emanate the most intimate of livid pains and illusive desires
Monday, May 11, 2015
Do Outro Mundo Ninguém Fala
Parece que toda a gente adere a isso
É mandatório, decreto lei e norma social
Se não o fizeres, és excêntrico, fora-da-lei, acólito do Diabo
Daquelas vaidades tais, uma pessoa tem de fazer uma vez na vida
Mas se assim é, não deve ser grande coisa
Eu cá, pessoalmente não gosto e não me atrai
Talvez um dia considere fazer
Mas não é assim coisa a curto-prazo
É mais uma actividade para planear com antecedência
Há uns, como eu, que não ligam muito a isso
Nem falam muito da coisa, parece que não tem mínima curiosidade
"Falecer? Que raio de coisa é essa? Epa, não quero agora talvez mais tarde"
E esperam até à reforma quando não tem nada para fazer
Alguns nem isso, passa um século e nada
Desdenham disso, recusam-se tanto, ate um dia que "pronto vá, está bem"
Mas depois há aqueles apressados
E é logo aos 20 ou antes disso até!
Ouvem alguém a dizer que há outro mundo e lá vão eles
Não gosto de pessoas impacientes assim
Não sei bem para onde eles vão todos, desaparecem de subito
Mas pensando bem, deve ser um sitio bem melhor que este
Pois com toda a arrogância nunca mais nos falam nem nos vêm visitar
Nem que fosse para contar como é lá
Deve ser só calor abrasador o ano todo, bronzeado e tequila
Pelos vistos é o que toda a gente gosta, nem se lembram de nos convidar
"Olha, gosto muito!","Não é tão giro como pensava", "É bastante agradável à sombra"
Nada. É total incógnito até que se chegue lá.
Prometo, assim que chegar lá, vejo como é, "volto já, vou só ali!" e venho aqui para vos contar como é.
Wednesday, April 29, 2015
Mente o Corpo à Alma
O corpo fica em terra
E a mente só não mente mais
Porque o corpo não eleva
Preocupado, ele observa-a com cautela
Enquanto ela brinca e esvoaça por aí
Sobre fundos, inóspitos oceanos
Onde ele nunca poria pé
Não se arrisca nas trevas de profundezas
Ávido de ares diurnos com pouca fé
Não aguenta a alma que se incha de negrume pavor
A mente embranha-se levemente nelas
Sem respirar sua tinta, nem cegar-se com fatalidade
Friday, April 17, 2015
The Old Ones Untold Tales #72961
That persist on remaining unknown
Engulfed in riddles and mazes
Only known with absolute clarity
By the most ancient of gods
Too complex and vast
For the minds of Men
To retain such knowledge
And still remain with their sanity intact
Death shall always be one of those
Until the End of Times
With high frequency of occurrence
(A rather common event
Not hard to miss
If the curiosity shall arise
To observe such things)
Most times happens quickly
Usually mere seconds
Until the process is completed
Yet time has been known as malleable
And under this particular event
Seem to possess an incredible elasticity
Stretching indefinitely to hours, days or even years
In the mind of the dying soul
It is also rumored of those whom this process
Can happen indefinitely after the body had ceased activity
Making this experience resistant to the normal wear of time
The degrees of agony on the dying soul
Can be equal to the amount of liquid necessary to overflow certain container
Therefore, this intensity of emotions may trespass the fabric of the life itself
(Being the only known essence to ever come across such sacred barriers)
So they shall haunt the living
Scorning those who will once experience feelings such as these
For how long, it is not known
Depending on how unfortunate those will be
And if they will become these gods' forsaken creatures
Monday, April 6, 2015
The Trickster God
The Old Sun envies the Full Moon
Humans always gaze in awe at the pearl of night
But blinded would they be
If they would even glance at the source of light
So, once in a while
His Majesty wears a mask of clouds
So it can dwell in her charming vests
Oh Trickster, Trickster
How much you love her
But denial is such a powerful force
To eclipse passion more hot than your chaotic core
Into vows of consumption and domination
You should know this
When you'll two meet
Your kiss will fuse you together
The sky will shudder and explode
And your light surpass the bright of a thousand suns
Still, humans will be as one too
Inspired by your unbridled lust
They will defy laws of physics to watch you shine
Sunday, March 15, 2015
Memento Mori
Thanatos virá a remar pacientemente pelo leito do rio
Na sua longa gondola, onde leva tantos
Com promessa de mostrar eternas margens de Letum
Ele saqueará almas de corpos abandonados
Alma é coisa etérea, negócio entre anjos e demónios
E de quem de entre os homens tem poder sobre os espíritos?
Temo derradeiro dia
Em que minha ânsia o chame antes do tempo
Alma prefira infindáveis paisagens
Desse rio com nascente em saudade
A tão doce efémera miragem
Que com meros suspiros se desfaz
Pensei No Que Sentia Não Senti Mais
Esfria afecto infectado
Esqueci-me ao de leve na ferida
Mal dei por mim, queimou fundo
Não senti mais dor
Nem hipotético prazer
Oh... Dolor!
'Dormecida cantiga
Volta! Afinal!
Faço pazes às tréguas
Velha amiga, d'índole erudita
Ingrato fui eu em não querer sentir
Fugi para braços d'apatia
Frígida rainha, não desce de seu trono
Nem espada empunha, d'olhar m'impala
Acabei preso em majestoso castelo
Refém de paredes perfeitas por minhas mãos
Débeis demais agora para derrubá-las
Pensei no que sentia
Não senti mais
Oh... Dolor!
Não sonho mais d'âncora amarrada
Apenas tempestuosa tribulação m'ampara
Sunday, February 22, 2015
Before Adam and Eve
Before Adam and Eve
To be conscious of the self
The terrible paths man goes to find himself
Discovery of fire to the power of atom
How many tears and blood were shed in the process
And the countless souls heaven and hell have stolen
Man is the only true sin
Because before Adam and Eve
There was once a Paradise
Now, let me cry for these lost souls
Let me cry until the end of times
Saturday, February 21, 2015
Magnetismo Animal
(Essa de desejos ímpios
Que condenam alma a asilo de fogo)
Capricho que não pode ser negado
Nem tampouco satisfeito
Carne entre os dentes
Com mesmo Fulgor. E Fúria. E Fome
Escravizado coração mal carrega insaciável ânsia
De ver presa domada sem esperança
Absolvição, essa desespera em traqueia cobiçante
Submissos olhares quase suplicantes
Cambaleiam de cabeça baixa para a boca do lobo
Arrastados por medonha tentação
Atrevem-se apenas a soltar subtis fragrâncias
Despertam sede que se quer saciada
Saturday, February 7, 2015
Just another day
Transmuting my chimeras into something more vivid
"I'm awake! I'm awake!"
I tell no one because no one is there to tell
The sky is silver, exhaling innocuous Adam's ale
Apart from the demon-speed drivers
Tesla towers remain unshakeable
Soaked in Zeus' volatility, disappearing in the distance
My entrails demand a morning sacrifice
I shall go now!
Devour the unborn I will!
Friday, February 6, 2015
The Plague of War
Taints fields and souls
For hell have never been so blessed
I can see them from here!
Their heads are held high
Adorning enemy spears"
Let out a last prophecy
Do not travel with them"
After Dark
Scarce drops of light still linger
Ruins of a sunk sun
Pour dim fumes
Slender, sleek serpents
Dazzle hazy mazes
Slowly entangle all things
In the middle of them I am comforted
Night embraces me
A coat of silence
Over my heavy shoulders
Fill my lungs with a cold warmth
And here I wait for you
In the forest of darkness
Wounded for sexual bounds
Craving for passionate carvings
You heed to my whispers
Bathed in sacred moonlight
Only your silhouette is granted
But you resonate Stygian Grace
Wearing storms and thunders
You can only promise shivers and shudders
Pleas of pleasure and pain from your lover
Sunday, January 25, 2015
Love will destroy us
Love burns and will consume us whole
Consume us so violently babe
Until there's nothing left
Love will destroy us whole
Until there's nothing left
But ashes of our love
Ashes of our bitter love babe
Ishtar of burning Babel
Burn on Babylon gardens
Forlorn hope, languish in lust
Burn our love, born in war
Sunday, November 23, 2014
Alma
Assustadiça que é
Ainda se espanta
E foge com esta vida que me assombra
A vaguear por terras de desapego
Acabas por voltar
Pálida fantasma
A pedir coração emprestado
Mal sustém consciência pesada
Palpita ao ritmo de suspiro e aflicção
Até ao dia que apanhas definitivo terror
Já cansado de convulsos caprichos desses
Afoga-se com embolias de repentino sumiço teu
Saturday, November 8, 2014
The Man Who Waits
He doesn't move, just keeps quiet
Very very still, as if he is not there at all
Could he be staring at the horizon
(Horizon is staring at his unseen face)
Is he Waiting for someone
Or something
Maybe he Waits for time to pass
Could time be arriving in any hour
Or is it leaving by the second
When is it time
Oroboro devours himself
No Man can die
Until he is found by what is sought to be found
What is not yet found is surely Lost
Desert of Reality was so vast
That Lost walked purposelessly
Unaware of the Man Who Waits
So aimless were his steps
That infinitude became his Path
So Lost could never be found
He waited a little longer
Not just a little, he waited as long
As the extent of that Lost Path
That could never be found
So he did not die
Day was not as patient
As The Man Who Waits
For carrying the Old Sun
It bowed down
Right in front of the Man
The Man Who Waits
Because it was in the horizon
And oh, how much tiring it was
Endless eyes, sharp and vigilant
Old Sun was heavy with envy and Day was worn-out
Day was on it's knees, facing the obscurity of the Universe
And once, the obscurity had enveloped the earth
Light would meet it's extinction
And there would be no Light to observe
So would The Man Who Waits, still be there
Or would he disappear and have never existed
Could I forget that I imagined that I dreamt about existence
If I forgot it all, will it be extinct too as well?
Would what have ever been, really have been?
The fragility of reality in a glance of light
Thursday, November 6, 2014
Crime Passional
Acto possessivo
De amor doentio?
Nem tampouco
Sexualmente sacrificial
Succubus perversa
Não lhe consumiste a vida
Entornaste alma escassa
Em madeira suja e avarenta
Espirrastes escarlate
Paredes outrora puras
Juram agora testemunho
De tão violento afecto
Caprixo e não paixão
Houve propósito ou motivo?
Mas sim lôbrega delícia
Para aquecer esse frigido coração
Resta apenas uma faca morna
Encosta-a agora ao peito
Pois depressa arrefece
Tuesday, September 30, 2014
Who watches over Men?
What they have been telling you
All these years
It's a Masquerade of a Lie
The one thing
Held with such care
Close to the heart
Harbored and protected
Made sanctuary for promisses of peace
And Oh... Such sweet innocence
Adorned with delicate petals
Purity emanated from abundant sanity
Serene and calm lights from angels
Silent but vigilant
From ivory towers attentive
Giving providence
The Truth
Clear crystalline
Translucent and transparent
Fiction tales told by storytellers and misleading priests
So eagerly craved, deeply mistaken
For sparse particles of hope
Far too subtle molecules
Dispelled to even lesser substances of air
Eclipsed, stolen, gone
Once feverish zealous faith
Falls to a cruel void of fate
It was a Lie
The Truth
The Omnipotent Truth
It was a web of the most vicious Lies
When God is not in the Throne
Only Madness can take His place to rule over Men
Friday, September 5, 2014
Lá Em Baixo Algo Chama Por Mim
Não apenas maciços de zéfiro sinistro
Mas existe demoníaca respiração
Delicia maligna, intento ávido de aspirar
Não, minha vida, nem meu fim almejar
Sim, a volúpia de terror palpitante em meu olhar
Sôfrego fôlego antecipa-se, então se solta derradeiro suspiro
De tão súbito e mórbido capricho, desvio o olhar
Coração sacudido no pânico de pensar-se suspenso sobre as trevas enfim
Aquele insondável precipício puxa por mim
Perversidade esfumaça pelos céus imundos
Extingue luzes do firmamento e aparta Deus de mim
Alvoroço primitivo de profundas entranhas
Traz tentação inenarrável de Thanatos
Um magnetismo inebriante de pavor gelado me trespassa
Neguei-me negras ânsias tais
Fascínio ambíguo que traría ruína ou desolação
Quis abafar tão escancarada boca infernal
De tanta desarrazoada eloquência me delegava destruição
Fiz de tão íngreme precipício meus alicerces
Ergui inabaláveis pilares sobre esta nova residência
Onde impetuosa calamidade não morava
Madeira tão densa quanto a obscuridade que abaixo vituperava
Selava hermeticamente todo o pavimento que no mal flutuava
Sólida muralha calava zurrares de loucura do vasto vazio
Os céus são agora feitos de ouro
E vigas de cobre obscurecendo a noite eterna
Este Palácio é meu. Construi-o com implacável resiliência.
Sou Rei Soberano aqui e ninguém contesta minha Vontade
Imponência é exacerbante para uma alma tão pequena
Com peito tão cheio de orgulhosa altivez
Não há espaço para o singelo ar que agora me falta
Piso o lustre e ouço a madeira chiar
Aquele velho bolorento arrepiar do convulso estômago
Ecoa por entre emaranhadas entranhas
A febre inefável pronuncia-se novamente
Vertigem malevolente assola-me
Espessa iniquidade deixa boca amarga outra vez
Arrogância esmaga-me o peito com o peso da infinitude daquele poço maldito
A partir daí nunca olvidarei, caprichos desses são imorredouros
E desdenham essa vaidade da razão
Em inevitável leviano dia, falso piso se desmorona
Pé levantado enterra-se na surpresa fatal
O coração do peito é desterrado, foge um grito endiabrado
Olhos negros berram pálida loucura
Aquele arfar macabro d'horror de espanto sepulcral se sustentará
Friday, July 25, 2014
Fugi
Sem choros, nem adeus
Mas porquê? Desesperam de manhã
Mas já a noite fora cúmplice
Saltei para o ultimo comboio
Só de ida, por favor
Levo casaco, não me fosse arrepender depois
Para aquelas noites de culpa e amargura
Quem vem lá? Estranham-me
Venho de um lar desfeito
Estava em ruínas mas de pé
Desabou tudo em desgosto quando fugi
Tuesday, July 1, 2014
Bedlam Kin
Erratic firmament lies in Anarchy
Entropy Alignment with finest synchronicy
Harmonious symphony of Serendipity
Haphazard Genenis Melody
Nihil Anima dwelling the Stygian Void
Onyx Apeiron fulcrums myriad Orbital Horizons
Helios Flux cascades to Zephyr Realms
Particles collide, fusion occurs
Nuclei annihilated, energy erupts
Harvest Moon Leaves impelled by arsonist compulsions
Consumed in a blaze of glory by self-immulation
Strokes of Capricious Red canopies a Crimson Terra
Fiery seeds bloom now from Exodus Men
Saturday, June 21, 2014
Ice Queen
And cold stoned shoulders
He dared to gaze at her
Clinical and cynical crystals looked back
Vitreous zircon sea, silver steel rings, obsidian core, sapphire tears
No golden star inside, only promise of diamond hailstorm
Still...
If ever Evil were Good
It would be in mesmer beauty
Always making such compelling cases
So many men of solid reason
Fell to the enchants of Luna
Where lunacy blossoms and demons abound
(Poor poor boy
Poor poor little boy)
Gemini icy chrysoberil pearls were the perfect hex
Betrayed him with such misleading naive hope
The lure was made of silk velvety webs heedlessly entangling him
Adonic seduction demands obedience
Elegant delicacy spellbound him with not so heavenly grace
Let the summoning begin
Rush the feverish blood at the heart of his
Sweetened with soft honey
For years of kindheartedness
His innocent eyes soured in a heart beat
Swollen whole by her gelid charm
Azure hypnotic magnetism
He was stripped of all purity
Acquainted to her true design
The magic wears off
She needed him to witness his demise
Once his blood was boiling and infatuated
Now it's bathed in horror and terror
Appealing to her lusty desires
Well adjusted to her necrophiliac appetite
Gathers at the core
Frosty and defiled
Just like her
(Poor poor boy
Poor poor foolish boy)
His warm flesh
Tender crimson heart devoured
By her malignant whimsical
Deadened-heart soul
Friday, June 20, 2014
Mind Demons
Nailed wooden planks
Sealed shut windows and doors
Any point of entry hermetic
Not even the skylight let the sunshine in
Every means of access barred with scrutiny
Render it uninhabited
Don't come knocking on my door
Don't throw rocks at my windows
Make them forsake, make them forget
Uninhabited house, uninhabited owner
No need to fear insanity on his doorsteps
Already found it's way inside, to add to his woes
Made him forsaken, made him forlorn
Something tore down the frontiers
Thick walls of reasoning demolished
Mind Demons ravage through
Venturing in no man's land
They will soon be here
Raping sweet reality as it's known
Annihilating cold, hard and inexorable logic
A necessary evil now lessened by a more unimaginable threat
Mind Demons spreading like a plague
Dismembering what it's left of mind, spirit and identity
I am now more stranger to myself than the bystanders on the street
Wednesday, June 11, 2014
Fingida Tranquilidade
Desdobram-se em caminhos estreitos
Ameaçando fecharem-se em catacumbas de esquecimento
Para quem ousar perturbar esta fingida tranquilidade
Alguns aventuram-se por esses caminhos íngremes de espaço intemporal
Esses nada mais são que cadáveres emocionais de murmúrios abafados
Sem entrar pelas paredes que contam histórias caladas e albergam caminhos imaginários
Apenas se ouvem ruídos do quotidiano insonso
Que nem dão vida, nem silêncio santo
Apenas um pálido arrastar de humanidade
Interminável ranger de calçada deambulante
Que não sabe por onde andou nem sabe para onde vai
Tuesday, May 27, 2014
O Comandante Nunca Abandona a Nave
Um pedaço de nada
Perdido em mim como metal cirúrgico esquecido
Cambaleando por entranhas psíquicas
Dilacera-me com deslizes que laqueiam artérias neuronais
Ténia existencial infiltrada
Entra silenciosa como espião, fica para o saque como ladrão
Rouba pela calada, acaba em espectáculo e detonação
Entregue à vastidão inconsciente
Sabotagem de exímio desígnio
Inimiga escondida a bordo
Só lhe cai o disfarce quando acciona o alarme
O Comandante nunca abandona a Nave"
Sunday, April 27, 2014
Penumbra Falls
Banished day
Persistent Darkness
Earth enveloping in a black cocoon
Chrysalis hatches in full-grown Cataclysm
Hope is a dim light
Behold the gloomy night
Lit candle in rest
Passive fire inbred
Surrounded by omnipotent shadows
An augury of looming Doom Meadows
Man-made Child
Is the prototype of all mankind
Unaware, goes to imminent War
Unwillingly Soldier with no rank and no sword
Unblinkingly staring at the dead sky at long last
Will soon lay on dry grass
Denial of deep burial, with no privilige for privacy after death
Semblance of dread on display after his last breath
His ordained ordeal forever forgotten, wrapped up in a veil by Calypso
Rinsed with waters of Lethe, stranded blacksands of Limbo
Wednesday, March 12, 2014
Cegas Sensações
Penetra-me o olhar
Agora inutil e despedaçado
Inundado de escuridão
Leva-me para o abismo da incerteza
Meus pés afundam-se
Em areias do tempo
Que fogem apressadas
Pedaços de mim humedecidos
Jorram para as minhas mãos
Com o peso da fatalidade carmesim
Com passos trémulos e cegos
Tropeço em mim e não me levanto mais
Meu corpo sufoca-se na inercia
Engolido pelo tempo que se esgotou
Saturday, February 22, 2014
Forasteiro de Mim
Identidade Náufraga
Consciência Inconsistente
Frágil Remanescente
Particula Ínfima de Essência
Breve Ilusão de Existência
Um Eu que se esvai assim
Um Eu que fugiu fora de mim
Atravessa-me como o espectro que me tornei
Deixa-me louco na dúvida se aqui estarei
Vejo-me ali ao longe
Instantes diluidos na eternidade
Agora que me perdi
Tempo é apenas uma miragem
Alma vazia não paga renda
Nem no Céu, nem no Inferno
Forasteiro de mim
Não se deixa agora apanhar
Por um desalmado assim
Que será agora de mim?
Ninguém quer um órfão de si
Espírito irrequieto permaneci
Invejo cruel castigo de Prometeu
Dilacerassem-me a carne se a tivesse
Talvez a dor me fizesse voltar a mim
Mas já nem corvos, nem abutres padecem de mim
Monday, January 6, 2014
Sciamachy
Heavy thoughts wandering in absolute stillness
Empty space smothered by such toxic vapours
Morphs in the inhabitants of my mind
Sinister Ministry of Ghostly Affairs
Phrenic Chimeras engulf me leading to my destruction
All this havoc caused by such imaginary foes
Bugs under my skin and webs in my head
Running out of Sanity to withstand such Demons
Made a bargain for my lucidity back
They dropped on me lunacy instead
Chain to my neck and boulder off cliff
Drowning in Midas Gold
Cast out to a dream in endless sleep
Reality and imagination fused together
Drenched in a Paradox Machine
I am lost with my desires and obsessions
My life is now as cheap as a bullet
Fata Morgana's realm is any fool's paradise
Saturday, September 28, 2013
Cataclismo de Outrora
Foram marcados em meu olhar com ferro e fogo
Mas isso foi há muito tempo atrás
Selei aqueles demónios com camadas de chumbo
Até abafar aquele crepitar frenético
Eclipsei da memória
Empurrei para baixo com vodka amargo
Fiz-me de esquecido do que aquilo tinha sido
Neguei-me todos aqueles anos que tinha vivido
Ligado a máquinas, estive desligado tempo demais
Passaram-se anos
Anos roubados de infância
Anos cobrados da carne, essa que é efémera
Levaram minha inocência, deram-me decadência
É uma troca injusta de veneno radioactivo
Toda aquela energia efervescente
Naquele cemitério de memórias malditas
Rebenta num estrondo ensurdecedor
Sem passar despercebida irrompe através de metal encarcerado
Uma aparição fantasmagórica do passado morto e enterrado
Diante de mim contra todas as leis da vida e da morte
Fazendo sombra ao sol distante e trazendo de volta a noite de outrora
Tuesday, July 16, 2013
In-Som-Nia
Barely awake, hardly asleep.
Something in between
Might break that man's dream
Laying in bed with eyes wide open
Light is gone, sparks in my head
All the blackness yawns me whole
In a loud deafening gasp
Vertigo in reverse
Like being outside of very tall buildings
Looking up and seeing the rooftops
Bending and collapsing towards me
Yet it was only me who lost the balance and fell
So it is in my sleep
It seems I'm falling very fast from the heights
Yet I'm standing still in my bed hallucinating in my dream
Friday, June 28, 2013
The Statue of Salt
Fantasizing about unreal possibilities
One moment drunk with delusions of grandeur
Next second throwing myself to a more grounded perspective
Bashing hard in the floor
Tasting gravity's dirt on blooded mouth
Pushed aside all the people
Ended up surrounded by bad companies
Foolishly chosing as friends my neuroses
Borrwing someone else's psychosis
Bound to make serious mistakes
Inhaling such toxic vapours
No wonder humans were mistaken as fiends
Hardened by such ill foes misguided as friends
Corrupted me in a statue of salt
Want to cry
The salt dries all the tears
Before anyone can even notice
Screaming for help is also futile
Statues would break first
Before moving their lips
Unexpessive eyes are forever doomed
No rock shows any emotion
Before blinded men start seeing again
All the suffering retained inside a fragile vial
Is a receipt for such a potent poison
Shall the frail vial fall on the ground
An entire planet falls on eternal madness
Interrogações sem Resposta
- Porque foi assim que Deus quis
Ele percisava de alguém lá no Céu
Ele é que decide a Hora
- Mas porquê?
- Porque o Diabo tambem quis
Ele percisava de companhia lá onde ele está
Ele não governa o Inferno vazio
- Mas porquê?
- Porque o destino predestinou
Ele decide o Dia antes de sequer nasceres
Ninguém muda a opinião dele
- Mas porquê?
- Porque a Terra também acaba
Ela não é infinita e se gente nasce, gente tem de morrer
Ninguem vive para sempre
- Mas porquê?
- Então, não sei! Não há qualquer motivo ou razão!
Ninguém sabe o que há do outro lado
Secalhar aquilo é melhor do que aqui
Ninguém se deu ao trabalho de vir de lá sequer para contar!
Silence in the Library
Words lack consistency, aphasia smothers my fluidity
Noise lingers around and it's not the voices, i'm actually sound
"Silence in the Library" sign, must be just for the irony ...sigh....
Should I join the parody and vociferate? Or silent them with cyanide?
Nah, it doesn't rhyme and I can't stand all their drooling and dying time
I must be quite disturbed. Come visit me in the underworld.
I hear it's hot and sunny all year.
You can pray for a spot with a cool breeze
But it's pointless, because you're in hell now, babe!
Thursday, June 27, 2013
Who am I?
"Who am I?", heard the fool like a wise man
A silent scream erupts from within
One must stare at the darkness inside
Leap in Faith into gargantuan abyss
Travel through the Devil's Throat and be judged in God's Throne
Many have a glance on it's immense blackness
And they run in denial.
Afraid of what lingers in the unknown chasm
Monsters we created and forgotten
Wander in oblivion with volatile tears and resentful years
After witnessing what was left behind
One might want to fall further into the abyss
In hope of finding something that might save his soul
No one wants to be the antagonist of the story
But it isn't very likely to find pearls in the midst of filth
Doesn't matter how much one pokes and surrounds it
It tends only to get worse when one messes around in it
Sweating over the sink, washes his face and gazes the chameleon glass
He dares to see further than crystal's wisdom
Scratching his face, ravaging the fragile skin to reveal it's true nature
The same horrid flesh of monsters harbored inside finally unfolds
Tuesday, June 4, 2013
Avoidant Personas
I have chased my enemies
Wielding a sharp glance
Faceless shadows disappearing
In convenient dead-end alleys
Mocking me, these unknown foes
Laughing loudly, fading away over the rooftops
Boots hammering tiles made of inexorable steel
Unable to pursue such avoidant personas
Masters of the elusive ways. They escape like skeptical ghosts
Successful in every attempt in their evasive maneuvers
Soon I forget about such zealous antagonism
Just until some intelectual byproduct triggers another undying quest
To chase more ethereal demons of the mind
You can't catch what wasn't there in the first place
Those retinal images running away it's just the madness in your eyes
Reminiscent sane thoughts are drown in a deluge of lunacy
Struggling to send through last bits of reason, they die unheard
In another of those rainy haunted nights
On one of my endless hunts
I caught my breath instead of one of those perpetrators
The flooded concrete had shown me it's visage
It's true face magnified in the whole deluged city for all to see
Staring me in the face
Mimicking the contempt and revulsion I was letting out
Master of thievery ways, he stole my face
Sunday, May 12, 2013
System Overload
*Intense emotions triggering unexpected reactions*
DEFCON 5 is now Online
*Inner self is engulfed with emotional powder*
*Fire walls made of volatile power*
*Increased brain functions 300% past safety threshold*
DEFCON 4 is now Online
*Over-heated internal circuits*
*Obsessions takes control*
*Electrical activity goes haywire*
DEFCON 3 is now Online
*Synaptic Pathways overly charged*
*Brain impulses speed increased dramatically*
*Neuronal Network short-circuits Central Nervous System*
*Neurotic Behaviors occurrences have been Detected*
DEFCON 2 is now Online
*Psychic Anomaly Phenomenon have been Detected*
Searching Additional Protocols...
Additional Protocols found...
*Chemical Imbalance decays synaptic connections*
Secondary Protocols initiating...
*Hallucinations emerging from the unconscious mind*
Secondary Protocols has been activated...
*Psychotic-break imminent*
Secondary Protocols failing...
*Critical Mass Achieved*
Red-Button Protocol has been activated...
DEFCON 1 is now Online
Self-destruction sequence initiating...
ETA for Destruction T -30...
Mutual-Assured-Destruction program activated...
ETA for Destruction T -10...
*System Overload*
*Massive Destruction Device Detonated*
System Terminated...
Tuesday, May 7, 2013
Spasmodic Heart
A thoracic cage made of bones
Dances in a spasmodic motion
Cursed by this voodoo magic
Not allowed to traverse it's cell
It crosses over and it withers away
Fell prey to a bear trap
Entangled in relentless metal
That pierces the muscle
Let them be. It hurts
But stops the bleeding
Swallowed whole by the beast
Splinted between raging teeth
Closed shut by thick jaws
Corroded by it's befouled entrails
So it lies catatonic and autistic
It's no prisoner if it doesn't intend to leave
Dances in a spasmodic motion of eternal drums
Flooded by molten lava, it still performs it's rhythmic ritual
Cut and gutted, it beats more vigorously
Futile efforts to retain the precious fluids
Yet it beats more violently
Gushing all hope from hundred of fissures
Half-empty-or-half-full logic has been put aside
Because the heart is all empty
Without a shadow of a doubt
Saturday, May 4, 2013
Motherless Abomination
Died long years before mine conception
Her essence vanquished, vanished, vaporized
Deceivingly having motion, mimicking emotion
Body functions still operational and running
But so it happens with the machines
Initial sparks and endless wheels
Also imitate the soul in the marionette
Coordinated clockwork
No cognition beyond the cogs nature
A nature made of metal and cold deduction
With reason and lack of it
What reasons could there be
To leave her capable of harboring life
After the mythosis of self and atomized reality
Creating a singular event of time/space distortion
In which the inconceivable was conceived
Creating an offspring from rusty dendrites
Fed by irradiated milk and insanity poisoning
To fully develop into a demonhunter
Chasing the demons she created
Or the demons who created her
Demons of the mind
She told me a lot about her demons
So I created my own
Mother is dead
Possessed by insanity
She is now just an anomaly
And so am I
Motherless abomination
Friday, April 26, 2013
Arder Incessante
Uma chama elétrica
Revolta como as ondas do mar
Vibra minha essência num sismo intenso
Um cismar no impossível e exigir o paradoxo
Meu coração irrequieto
Ama compulsivamente
Inflama-se facilmente
Inunda-me num curto-circuito sináptico
Pensamentos encharcados de emoções voláteis
Alguns negligenciam o toque
Para mim é uma viagem avassaladora
Uma viagem extenuante até a alma
Sentir com tanta magnitude
Envolve-me em labaredas
Arrebatadoras, abrasadoras
Cauterizam à pele furor fulminante
É por isso que tenho tanto medo de tocar
Porque aquele toque é metal incandescente
Que deixa marca permanente
Mas é assim que sou
Alguns ficam pela superficie
Eu quero a profundidade e a essência
Thursday, April 25, 2013
Illusions of Time and of Love as well
It is merely the momentum of the movement of objects through space.
If we could stop the movement of all objects in the universe
We could effectively stop time
And holding that special person in our arms
Could be an everlasting moment indeed.
But how do we manage to stop every sub-atomic particles of the universe?
And how do we manage to find that special person who deserves such a fulfilling promise?
The odds are to one as it is for the another…..
Thursday, January 31, 2013
Black Sea
Silence is Calm
Reality fades
Safe from blinded light
In the coat of night
Tides of charcoal-dyed ink
Taints the mind who set sails
At the Black Sea
Magnetic, almost hypnotic
A secret call who whispers
Whispers the voice of the siren
"Heed my call
Oh sailor of the Black Sea
Come forth and bathe thee
Bathe thee in the waters of doom"
You dared to listen where was no sound
Rather lost than found
Into the unknown you advanced unyielding
Through the melody unheard you were guided
Mesmerized by chants imbued in Silence
You stepped forward into the nightly thickness
The viscous embrace allured to submerge
Drenched in the everlasting darkness you merge
To find the core of all evils
Before your very eyes
In a thousand miles deep into the deserted ocean
Where there is no shed light
Only vibrating black blight
You gazed upon the inner quarters of your innerself
Tuesday, January 15, 2013
Memórias-Fantasma
Que fugiu como ladrão
Com minha inocência e juventude
Abafadas num saco ganancioso
Tudo o que me resta
São as reminiscências espalhadas pelo bosque
Como migalhas que levam á minha perdição
Tracei um trilho catártico de pegadas dormentes
Errando em vazio propósito
Espelha-se um outrora
Agora irreconhecível num olhar perdido
Recordações deixadas ao de leve em areias de ampulheta
Banhadas por marés que derrubam castelos de pensamentos
Apenas na aspereza e arrogância da pedra inabalável
Encontrei refúgio onde o tempo não corrói e a memória não esquece
Cravadas em sábia solitude num memorial sempiterno
Outono Decadente
Cobrem o azul
Num casulo perfeito
Um céu artificial
Desprovido de cores
Serve como tecto para almas distraídas
Entranha-se subtil apatia
Folhas esmorecidas
Cedem à gravidade
Aliciadas para baixo
Como anjos caídos
Apenas pedaços de lenha gigantes
Erguendo-se da terra
Permanecem sem vacilar
Antigos como os deuses perpétuos
Assistem ás quedas e ao renascer de todas as temporadas