Friday, April 19, 2024

Querendo voltar para onde mais não tem lugar

Áspera razão de ser
Sem acalentos
Ao relento se dorme
Não fosse a insónia 
Incrustada na pele
De sopros antediluvianos
Pudesse a morte voltar
A alucinaria ali

Esclerótica, faminta,
Cobradora de impostos.
Com olhos pulsantes
Jorrando horrores ancestrais
Enclausurados, denegados por mim
Como se 
Os pudesse expurgar 
Proibir de voltar
Iludir-me
Com poder sobre essa culpa 
Que os sustém, que me entretém

Conseguisse eu
Deixar à porta
Suplicante castigo
Dor acutilante
Vinda lá de longe, do frio
Do mundo dos espíritos
Querendo voltar
Para onde mais não tem lugar