Saturday, September 28, 2013

Cataclismo de Outrora

Ecos do passado
Ressoam no presente

O Cataclismo estourou noutra vida distante
Envenenou secretamente, contaminou sem ninguém saber
Atomizou ADN, deixou heranças radioactivas
Os horrores mergulhados em furnalha ardente
Foram marcados em meu olhar com ferro e fogo

Mas isso foi há muito tempo atrás
Selei aqueles demónios com camadas de chumbo
Até abafar aquele crepitar frenético
Eclipsei da memória
Empurrei para baixo com vodka amargo
Fiz-me de esquecido do que aquilo tinha sido
Neguei-me todos aqueles anos que tinha vivido

Ligado a máquinas, estive desligado tempo demais
Passaram-se anos
Anos roubados de infância
Anos cobrados da carne, essa que é efémera
Levaram minha inocência, deram-me decadência
É uma troca injusta de veneno radioactivo

Toda aquela energia efervescente
Naquele cemitério de memórias malditas
Rebenta num estrondo ensurdecedor
Sem passar despercebida irrompe através de metal encarcerado
Uma aparição fantasmagórica do passado morto e enterrado
Diante de mim contra todas as leis da vida e da morte
Fazendo sombra ao sol distante e trazendo de volta a noite de outrora