Friday, August 31, 2007

Where art thou my brother?



When was your birth?
Can remember no more
When was your death?
The day of my own

But i did reborn
Why didn't you?
Why didn't you?
The car were too drunk
You flew away
And crashed against the road
Your head was smashed
Your spike was broken
Your life withered away
Just in a snap moment
Your soul was spilled
Over the redden highway

Ten year old kid
All dressed in black
Black body bag
Taken before his time
See his face
No more
Shall he speak
Never more
Taken inside a drawer
Along with the deaf and dumb
Together with the dead and dreary
In a melancholic waiting room
No talking, nor speaking
Everyone was too quiet to be alive
Everything was too iced to be living

One day, they took you out
To bring another John Doe
That no one cared
That no one knew
And took your naked bones
To the graveyard
They dug up a hole
Thrown your lifeless body into it
Swallowed by the earth
Your flesh returned to it
As the sacred book promissed
Some words of condolence were said here
In a monotonous obliged sympathy
Descending his tomb into the hole
In the depths of the oblivion
One more corpse to be buried on this soil
To perish, to never return
Into the minds of all the presents
Morbid cerimony of mortal remains

What were his name?
Who was him?
No one seems to reply
Nobody seems to answer
But i know!
It was half of my blood
It was flesh of my flesh
It was my brother

Wednesday, August 8, 2007

Nada te pertence



Nada do que aqui está é teu
E a ti não te pertence

Estas paredes ouviram e viram
Aquele que aqui residiu
Forasteiro que reclamava este quarto
Monólogos longos, discursos de uma sanidade em declínio
Delírios satíricos, balbuciando devaneios que morriam ali
Estas portas escutavam e espiavam
Pelo buraco da fechadura estreita
Presença invisível que secretamente tudo noticiava
Sombras nocturnas, ocultavam olhos negros de alguém que ali estava ausente
Brisas flutuantes, uivavam gritos gélidos como se alguém ali estivesse presente
Estas janelas sussurravam e espreitavam
Sobre aquele solitário que ali vivia
Arvores camufladas na escuridão da noite
Criaturas enraizadas, retorcendo-se com o vento dos séculos
Cruzes impertinentes, imóveis perante a tempestade de sentimentos

Aquele quarto, decadente como a alma do temporário habitante
Era um pesadelo de que não poderia acordar
Chamas negras trepavam acima pelas paredes pálidas
Como se uma pintura surreal fosse, de um mundo não real
Mas de que um mundo real fazia parte, naquela mente demente
Fotografias de caras que agora eram desconhecidas
Baralhos de cartas que aguardavam um destino qualquer
Livros envelhecidos pelo tempo que nenhuma data assinalavam
Moveis recheados de lembranças que a memória já não tinha recordação
Estantes cobertas de cassetes vazias que as fitas já não tinham gravação

Nesta cela do qual este estava liberto
Mas para sempre aprisionado
Estava um passado desconhecido
Jazia incógnita a identidade
Amnésico sem nada saber, nem nada possuir
As areias do tempo de longe foram dissipadas
Para nunca mais voltarem
E todos os pertences, a outro pertenciam e não a ele
Pois a ele foi tudo dado, mas tudo perdeu
Tudo o que ficou foi a duvida da existência
Tão leve como o ar, tão vazio como as cinzas