Monday, September 27, 2010

A Grande Guerra

Nuvens de fogo iluminam a noite
Pássaros de ferro rasgam o céu
Uma plumagem de vermelho e amarelo miscelânea
Chovem pregos em direcção ao céu
Esventram delicadas asas de aço a doze mil pés de altitude
O vento dos deuses assobia num túnel formado de metal incandescente
Almas encarnecidas com ossos, devoção e bombas na traseira
Caíam com carcaças carcomidas por projeteis ascendentes
Pulverizam-se em gritos abafados por ensurdecedoras explosões

A terra estremece violentamente como num terramoto
No horizonte apariçoes de monstros de metal retorcido
Assolam as almas que irao ali ser derramadas nesse dia
Ao que se assemelha
A rugidos de fogo de um animal ferido
Calam-se vozes de panico, cegam-se olhos de horror
Derretem-se corpos, estilhaçam-se ossos
Abrem-se portas do inferno que engolem almas moribundas
Num bafo sufocante de labaredas que beijam o ceu imundo

Balões monstruosos descendem furtivamente como fantasmas
Projectando uma sombra mortífera que avança implacável
Engolindo em medo aqueles que ela alcança
Abre-se um alçapão exibindo um vasto arsenal:
Voluptuosas, excentricamente obesas e gordas
Toneladas de titânio mergulhavam em direcção ao solo
Onde desajeitadamente despenhavam-se num estouro atroador
Alterando a topografia do terreno subitamente apinhado de corpos
Corpos que corriam desbaratados e num flash repentino
Permaneciam estáticos, confusamente calmos, de uma mórbida serenidade
Dormiam ali desarrumados nos escombros e nas ruas
O Silêncio perspicaz na sua arrogância
Sentou-se no meio deles.
Ninguém se ia levantar dali

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