Thursday, July 5, 2012

Devorador de Mundos

O vazio do universo
Engole meu olhar
Embriagado por letargia
Rendo-me à sua gula voraz
Meu corpo morno
Depressa se arrefece
Disperça-se o calor da vida
O vácuo absorve-o com ingratidão

Meu olhar singelo tem uma réstia de fulgor
Sem demora se esgota completamente
Espelho de água impotente
Reflecte o cosmos prepotente
Absorve-me o espirito dormente
Num vortex de solidão imensa
Seduzido por estrelas distantes
Seu brilho é um ardil oculto
Viaja milhões de anos de luz
Mas seu astro se extinguiu há muito mais
Devorado num abismo de escuridão eterna
O que resta é uma fotografia da claridade de outrora
Chega à Terra na esperança vã de escapar
Da desolação que devassou a humanidade

Tornei-me um com o universo
Sinto a sua fome insaciável
A maldição do infinito e da eternidade
Testemunhei o medo das galáxias
Presas na imensidade do Espaço voraz

2 comments:

  1. Adorei, gosto deste tipo de poesia e acho que deves publicar mais ;) continua o bom trabalho

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  2. Hum, não é comum encontrar alguém que goste e perceba este tipo de poesia, há que ler entre as linhas e ver a mensagem por trás. Agradeço imenso o teu contributo ;)

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