Quero ver mais perto
No ponto de convexão
Sem parapeito
Nem arquitetura de enfeite
Escorrego por momentos
Em vertigem súbita
Deparo-me com a magnitude desse abismo
É espada de Dâmocles
Que escorre pela garganta
Nessa hora de vil descoberta
Nunca imaginei
Estrutura humana
Ou por natural convenção
Tão medonha quanto esta
Esculpida de maciço pedaço de vazio
Um rochedo de nada
Negativo de existência
Profunda garganta aberta
Despejo pesado olhar para o fundo
Num eco reverberante de silêncio
Estremece ossos
Estilhaça dentes
Rebenta tímpanos
Imensidão de lugar inóspito
Esse dentro de mim
Engole fronteiras
De ontem para o dia seguinte
São esses os alicerces
Onde julgo aqui me construir
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